domingo, 14 de outubro de 2018

Tenho de me encontrar. Eu sei. Mas já não sei onde procurar. Procurei desalmada e desesperadamente em todos os cantos que conhecia. Procurei na alma vazia e desarrumada, no coração ferido e dorido. Até procurei no corpo inerte e no abraço ausente. Mas não encontrei nada!
Então sai para a rua e desci pelo passeio. A rua estava deserta, deserta de mim, dos meus passos incertos. Caminhei, sem rumo e sem sentido. Já não me procurava. Carregava a alma vazia e o coração dorido dentro daquele corpo inerte, que o vidro na montra reflectiu e não reconheci!
A quem pertenceria aquele olhar errante, aquele corpo indolente. Aqueles olhos frios e sem brilho que me olhavam e não me viam!
Que solidão senti quando me reconheci!
- Maria-
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(imagem/internet)

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