Tenho de me encontrar. Eu sei. Mas já não sei onde procurar. Procurei
desalmada e desesperadamente em todos os cantos que conhecia. Procurei
na alma vazia e desarrumada, no coração ferido e dorido. Até procurei no
corpo inerte e no abraço ausente. Mas não encontrei nada!
Então sai
para a rua e desci pelo passeio. A rua estava deserta, deserta de mim,
dos meus passos incertos. Caminhei, sem rumo e sem sentido. Já não me
procurava. Carregava a alma vazia e o coração dorido dentro daquele corpo inerte, que o vidro na montra reflectiu e não reconheci!
A quem pertenceria aquele olhar errante, aquele corpo indolente.
Aqueles olhos frios e sem brilho que me olhavam e não me viam!
Que solidão senti quando me reconheci!
- Maria-
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(imagem/internet)
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