sexta-feira, 10 de dezembro de 2021


 

TEMPO

(.)

Sai desalvorada na rua

Já ia atrasada

E meia descabelada

Na pressa de chegar depressa

Passei o sinal vermelho

Buzinei à lesma que não me saia da frente

Travei brusca na passadeira e reclamei com o coxo

Que na sua coxiadeira passou lentamente,

passo a passo à minha frente

atravessou a rua como se desfilasse na moda Lisboa

Sorriu-me e agradeceu!

Que lata! Pensei eu

Sei idiota, atrasado mental, anormal de um raio

Se soubesses a pressa que eu levo

Atiravas a bengala para o lixo

Ganhavas asas e voavas até me desapareceres da frente!

Olhei o relógio

Que indiferente ao semáforo que não abria,

À lesma que não me sai da frente

Ao coxo que se julgava vedeta de Hollywood

Contava os segundos: um a um – tic tac tic tac

E, os minutos passavam

A ansiedade aumentava

Até senti a dor no peito

O coração a parar

E o tempo a passar

Dei comigo perdida nestes pensamentos

Os mais profícuos de todos

E, Se o sinal não estivesse vermelho

E, Se a lesma tivesse andado mais depressa

E, Se o coxo não tivesse coxeado

Será que me teria despacho a horas?

E, aí surgiu o pensamento mais idiota de todos:

E, se eu tivesse saído mais cedo?

E, se eu tivesse organizado o meu tempo?

Pois sim! Era a mesma coisa!

Gritei feita louca!

A culpa não é minha:

É do semáforo que não muda

Da lesma que não sabe conduzir

E principalmente do coxo!

Sim a culpa é do coxo que só sabe coxear!

Foi então que o mais louco pensamento

Nunca antes pensado

Nunca antes experimentado

Mas que Pitágoras já defendia:

Se me surgiu na alembradura:

“Com organização e tempo, acha-se o segredo de fazer tudo e bem feito”


 

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

 

Tenho asas e não sei voar

Aprisionada na vida que me foge

Esquecida do sonho que já não recordo

Curvada perante o desafio

Adormecida no caminho

Tenho asas e não sei voar

- Maria -


segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Recordo, o nosso ultimo abraço, o derradeiro e ultimo abraço. Aquele em que guardei a saudade, e deixei que o orgulho me impedisse, de te dizer o quanto Te Amo. Arrecadei, no peito, o calor dos teus braços que, pela ultima, vez me envolveram.
Revejo em mim, o teu ultimo olhar, com as palavras presas na garganta. Disseste: até depois! E, não consegui pronunciar palavra. Nem quando, no lugar dos teus braços, ficou o frio que se instalou em mim.
Ainda sentia, na boca, o sabor do teu ultimo beijo, aquele derradeiro e ultimo beijo, que deixou com o sabor da tua boca o gosto amargo da despedida, quando te vi partir, para não voltar.
Em mim nasceu um inverno de sentimentos, instalou-se o vazio que no coração já crescia, quando os teus braços me largaram, pela ultima vez. No meu pensamento ficou gravado o teu olhar, no meu corpo ficaram as cicatrizes do mapa que nele desenhaste e, enlutada,retive em mim o teu sentir, que enquanto meu coração bater, em mim ,viverá.
- Maria -

sexta-feira, 8 de março de 2019

Gosto do modo como me olhas
Dos teus olhos serenos
No teu olhar intimo!
Gosto do modo como me tocas
Entre as tuas mãos quentes
E ansiosas na loucura da Paixão!

Gosto do modo como me abraças
Da tranquilidade do teu sorriso
Na serenidade que me fazes sentir!
Gosto-te!
-Maria-
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terça-feira, 25 de dezembro de 2018

A alguns simplesmente não nos está destinado. Por mais que se procure, por mais se invente e que reinvente, simplesmente, não se encontra! Talvez, porque não nos está destinado!
Até podemos ter um amor fatal, louco e arrebatador, com beijos escaldantes e noites loucas de paixão. Sentir e amar para além do limite. E, até podemos ser amados, desse mesmo modo, intenso, controverso onde não há obstáculos incontornáveis e nada nos faz renunciar a esse amor, que achamos ser o único, o verdadeiro. Daqueles com um final feliz!
Não falo disso, nada disso! Falo se um amor simples! Daqueles do dia a dia, da simplicidade das conversas e dos silêncios assertivos! Daqueles cansativos, com taregas domésticas, de atrasos de relógio e de crianças chorosas!
Sim, falo dos amores simples, daqueles que até podem não ser para sempre, mas não o são a prazo. Vivemos vidas a prazo, amores a prazo, ainda que com prazo incerto, mas prazo!
Temos medo da entrega, medo que a rotina estrague a paixão e leve o amor! A paixão, comum e avassaladora? Sim, o tempo leva-a e fechados no nosso mundo de dor e de medo, vivemos com medo de verdadeiramente Amar!
Ou, pior, talvez a alguns de nós, não nos esteja destinado. Aquele Amor, que não sendo só paixão, se sente na intimidade e na reciprocidade de uma olhar, que sem falar, se sente, que é para sempre!
Nesse momento, nesse olhar, nesse toque, não interessa o tempo do para sempre. Interessa que nesse momento, nessa reciprocidade, para além da rotina que leva a paixão, esse olhar sente que é para sempre!
E esse Amor, que é mais que paixão, simplesmente, a alguns de nós, não nos está destinado!
- Maria-

 
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terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Não quero meias palavras
Meio sorriso ou meio abraço
Quero o teu sorriso inteiro
Aquele que trazes quando chegas
E que me roubas quando partes
Não quero meias palavras
Meio sorriso ou meio abraço
Quero o teu abraço inteiro
Aquele que me conforta quando chegas
E que me martiriza quando partes
-Maria-
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